quinta-feira, fevereiro 02, 2006

4 e 5

Os dois últimos depoimentos...Comentem o que vcs acham disso!!!

Erika Paula, 22 anos

"Comecei há 2 anos. Sempre quis ser modelo, tinha contrato com uma agência e venceu. Aí me chamaram em outra e eu não tinha dinheiro pra ir. A amiga da minha irmã fazia programa e me trouxe. Comecei a freqüentar sem fazer nada, depois de um mês é que topei fazer o programa. O primeiro foi péssimo. Era minha primeira noite, senti que estava me vendendo. Perdi minha virgindade com 17 anos, tinha transado com 3 caras na vida. Estava insegura, com medo de violência. Fiz 3 meses de jornalismo. Quero voltar a fazer faculdade, mas não tenho tempo. Durmo às 8 da manhã, acordo às 15h. Sou stripper, quase não faço programa. Ganho cachê. Programa eu cobro no mínimo R$ 600. Gringo às vezes dá caixinha no show. Gosto de homem que me trate como mulher e não como puta. O ruim da noite é que rola muita droga, muito vício. Já tirei R$ 5.000 num mês, mas geralmente tiro menos. Prefiro os homens entre 40 e 55 porque são mais maduros tem alguma coisa para passar. Meus pais sabem mas não aceitam. Moro com eles, minhas 3 irmãs e meu irmão. Sou a caçula. Sempre dancei, fazia jazz, natação, fiz teatro, curso de passarela. Minha família é de classe média. Já fui muito mimada por eles, agora que tô mais velha sou eu quem pago minhas coisas. Só gasto com necessidade, coisas de mulher. Gasto uns R$ 500 de cabeleireiro e cuido da minha alimentação. Se eu pudesse eu também lançaria um livro, como a Bruna Surfistinha. Eu não escondo de ninguém o que faço. Não sou santa. Sou prostituta."

Satiny Sehn, 18 anos

"Comecei a fazer programas em agosto de 2005, numa boate. Antes, já tinha transado com uns 20 caras. Chegava a dividir os meninos com uma amiga. Mas depois que eu virei garota de programa ela me virou as costas. Até hoje me lembro do meu primeiro cliente, o André. Ele era um cara muito lindo. Só achei meio estranho na hora de receber o dinheiro, pois me senti usada. Mas depois me acostumei. Tem muita menina que diz que faz por dinheiro, mas acredito que a gente tem de ter vocação. Quem atua em telemarketing usa a voz, quem trabalha com computador usa as mãos, eu uso o meu corpo. Qual é o problema? Não tenho vergonha do que faço. Acho que nasci pra isso. Ainda moro com os meus pais e não saio de casa porque amo a minha família. Eles não aceitam, mas acabam convivendo com isso. Sempre foram protetores e nunca me negaram nada. Tanto que quando fiz 18 anos, ganhei um carro de presente. Minha mãe é gerente de joalheria e o meu pai é bancário. A gente tem uma casa confortável, de quatro quartos. Eles descobriram que sou garota de programa porque minha mãe encontrou roupas sensuais, perfumes caros e meu extrato bancário no meu quarto. Fui expulsa de casa, mas voltei. Ela tenta me dar conselhos, diz que isso não é profissão e que daqui a 5 anos terei outra cabeça e vou me arrepender. Meu pai pouco fala comigo e isso me machuca muito. Mas eu gosto de ser garota de programa e não vou parar. Me sinto bem com os clientes. Adoro sexo, o ambiente de boate, das bebidas, do cheiro, de dançar, fazer filmes, fotos e strip-tease. Não tiro menos de R$ 5 mil por mês. Mas não faço por dinheiro. Não me imagino sem tudo isso."

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