sexta-feira, setembro 16, 2005

Brasil: o que o mundo pensa de nós?

Brasil: o que o mundo pensa de nós?
Por Fernanda Cirenza

Europeus, americanos e japoneses ainda vêem o Brasil como a terra do pandeiro, carnaval e futebol. Mas os estrangeiros que vivem aqui sabem que muitos dos clichês que definem o país no exterior estão longe da realidade. Para saber como anda a nossa imagem lá fora, Marie Claire conversou com seis jornalistas internacionais. A idéia não é fazer um retrato político ou econômico, mas entender como o mundo vê o Brasil. Marie Claire também convidou publicitários para criarem anúncios capazes de vender um produto que nasceu como pátria dos papagaios, cresceu usando chuteiras e exibe um índice de violência de proporções amazônicas.
O português às vezes esbarra na gramática e na fonética, mas a dificuldade com o idioma "complicado" é apenas um detalhe para os jornalistas estrangeiros que escolheram o Brasil para viver. Eles são cerca de 300, um pequeno exército de autores de nossas histórias que correm mundo afora. "O Brasil tem contrastes, é muito rico e pobre ao mesmo tempo. Para um estrangeiro, fica difícil entender isso logo de cara. Mas é mais difícil ainda explicar essa diversidade lá fora", resume o americano Jeb Blount, de 41 anos, jornalista da agência Bloomberg.

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Esse tipo de dificuldade é comum entre os correspondentes. É verdade que, depois de um tempo em solo brasileiro, eles acabam assimilando uma visão diferente de como é o Brasil. Mas essa percepção nem sempre aparece nas publicações estrangeiras. Assim, os clichês permanecem. "Quem não sabe que as praias daqui são lindas? Todo mundo. Mas o estrangeiro médio não sabe que o Brasil é uma referência no tratamento da aids", afirma Chantal Rayes, do jornal francês "Libération".
Ela garante que produz textos que vão além dos nossos cartões-postais e que a publicação tem interesse em pesquisas científicas, política e economia. Isso não significa que os franceses mudem de opinião sobre nós. "O Brasil tem fama de ser um país sem tabus, mas há um certo conservadorismo. A questão do aborto é um exemplo disso", afirma Chantal. Para a jornalista, outra propaganda enganosa é a que diz que somos extremamente católicos. O ecletismo religioso do Brasil parece ser pouco explorado.
O russo Ilia Dmitriatchev, de 27 anos, que escreve bastante sobre futebol, não tem esperanças de mudar o rumo de nossos estereótipos em seu país de origem. "Desgraçadamente, a imagem de vocês na Rússia é muito curta", diz. Ilia está no Rio desde o início do ano passado como jornalista da agência Itar-Tass, mas até agora não conseguiu convencer os seus conterrâneos de que o Brasil tem mais do que selva. "Os russos acham que aqui é a terra dos macacos." O jornalista conta que essa visão é reforçada por um filme popular na Rússia, que narra a história de um criminoso brasileiro travestido de mulher que, ao ser pego pela polícia, tem que descrever o Brasil. "Nesse trecho do filme, ele fala que aqui é um país de macacos, querendo dizer que é uma selva. E os russos acreditam nisso. Quando um deles visita o Pão de Açúcar e vê um mico, se sente feliz, achando que conheceu o Brasil."

"É PRECISO TORNAR SECUNDÁRIA A IDÉIA DE QUE O BRASIL SÓ TEM MULHER, CARNAVAL E FUTEBOL"Jayme Serva

*Matéria tirada da revista Marie Clarie

Enquanto isso...
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Por aqui,a neve já comeca a dar as caras no topo das montanhas...
Frioooooo!!!
Beijocas a todos e boa sexta-feira...

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